Muitas pessoas vêem a cirurgia como uma solução para todos os seus problemas, esquecendo que os efeitos da cirurgia podem ser comprometidos se não formos capazes de rever os nossos hábitos alimentares.
Mesmo submetendo-nos a uma cirurgia de redução do estômago, a reeducação alimentar continuará a ser fundamental para emagrecermos.
A cirurgia NÃO faz milagres, e se não formos nós a sabermo-nos controlar em relação ás nossas escolhas alimentares...de nada terá servido.
Li algures numa das minhas pesquisas sobre este assunto, algo que ilustra bem o k quero falar hoje.
"Se compararmos a cirurgia a um casamento, e lua-de-mel... nos seis primeiros meses, o paciente percebe que o processo não é tão mágico quanto esperava e que ele apenas deixou de ser obeso, mas continua com os outros problemas de antes."
Quando falo com muitos dos meus "afilhados" e outros que o não são, sinto que existe um pouco a ilusão de que depois da cirurgia toda a nossa vida irá melhorar e não vão ter mais problemas.
Mas isto na realidade não funciona assim...
A cirurgia "oferece-nos" um emagrecimento e consequentemente uma melhor qualidade de vida, mas não nos resolve os problemas...
Por vezes, acreditamos que a cirurgia não vai só deixar-nos mais magros, como também vai trazer-nos um emprego...um relacionamento amoroso...ou um melhoramento na sua vida conjugal...que vamos ter uma vida melhor como um todo...
É preciso que se tenha consciência que a cirurgia nos dá a possibilidade de ter uma melhor qualidade de vida, mas não nos dá uma vida... essa somos nós que temos que lutar por ela!
E acreditem que um dia vão olhar para trás e ver que os dias mais belos foram aqueles em que lutaram por vocês...
Bem, quanto a mim...estou com 85 quilinhos e segundo as contas da dietista só me faltam 10 quilinhos! Começo então apartir de agora a contagem decrescente para os 75, que fazem parte da meta final, do primeiro percurso. Apartir de agora já não tenho alimentos proibidos, visto que já poderei incluir o bacalhau, o tomate(sem grainhas) e até a alface na minha alimentação, sempre com conta peso e medida, claro!
Temos novos testemunhos...[29] [30] [31][32] Passem por lá... Quem ainda não deixou o seu...de que está a espera?? Nunca se sabe se o vosso testemunho não dará aquela força que alguém procura...
Parece que o ultimo texto criou algumas duvidas sobre a alimentação depois da cirurgia, por isso vou tentar ser mais minuciosa na minha explicação e começar por dizer que após a cirurgia, a nutrição tem um papel muito importante porque a quantidade e o tipo de alimentos a serem consumidos devem ser limitados.
O objectivo do acompanhamento de um nuticionista é para ajudar a encontrar o bem estar fisico e emocional, através da seleção dos alimentos que contenham os nutrientes adequados e que atendam às necessidades de cada indivíduo para que a rápida perda de peso não leve à desnutrição.
A principal mudança na alimentação após a cirurgia é uma diminuição na quantidade de alimentos consumidos diariamente devido a redução do estômago. Porém, outros cuidados com a alimentação são fundamentais. Pode-se dividir o cuidado com a alimentação em cinco fases após a cirurgia:
Fase da Alimentação Líquida:
Esta fase compreende as duas primeiras semanas após a cirurgia e caracteriza-se com uma fase de adaptação.
A alimentação é liquida e constituída de pequenos volumes (em torno de 50 mL por refeição) e tem como principal objectivo o repouso gástrico, a adaptação aos pequenos volumes e a hidratação.
Como conseqüência da alimentação líquida, a perda de peso é bastante grande nestas duas semanas. A orientação da parte da equipa de nutricionistas deverá ser iniciada ainda no hospital, antes da alta hospitalar.
Fase da Evolução de Consistência :
Conforme a tolerância e as necessidades individuais, a alimentação vai evoluindo de líquida para pastosa com a introdução de preparações liquidificadas, cremes e papinhas ralas.
A evolução de cada paciente é variável de forma que a escolha de cada alimento deve ser acompanhada cuidadosamente para evitar desconforto digestivo como dor, náuseas e vômitos.
Esta fase tem um tempo de duração diferente para cada indivíduo porém, em média, dura cerca de 2 semanas.
Fase da Seleção Qualitativa e Mastigação Exaustiva :
Passado o primeiro mês após a cirurgia, inicia-se uma fase onde a seleção dos alimentos é muitissimo importante pois, considerando que as quantidades ingeridas diariamente continuam muito pequenas, deve-se dar preferência aos alimentos mais nutritivos escolhendo fontes diárias de ferro, cálcio e vitaminas.
Como a alimentação passa a ser mais consistente deve-se mastigar exaustivamente e repito....exaustivamente!A duração desta fase também varia individualmente e dura em média 1 mês.
Fase da Otimização da Dieta:
Nesta fase a alimentação vai evoluindo para uma consistência cada vez mais próxima do ideal para uma nutrição satisfatória.
Geralmente, esta fase ocorre a partir do 3º mês após a cirurgia quando, quase todos os alimentos começam a ser introduzidos na alimentação diária. O cuidado com a escolha dos alimentos deve continuar pois as quantidades ingeridas continuam pequenas.
Nesta fase pode-se escolher os alimentos que tragam mais conforto, satisfação e qualidade nutricional.
Somente não são tolerados alimentos muito fibrosos e consistentes.
Fase da Adaptação Final e Independência Alimentar:
Esta fase começa normalmente apartir do 4º mês e digo normalmente porque como nas fases anteriores, também evolui de acordo com as características de cada um, podendo iniciar-se um pouco antes ou um pouco depois do 4º mês.
A partir desta fase, um acompanhamento periódico com toda a equipa medica é necessario para apenas acompanhar a evolução de peso e identificar se existem carências nutricionais.
Nesta altura já se tem bastante segurança na escolha dos alimentos.
Pois é, continua tudo bem, na segunda feira (13/11), tive consulta com a nutricionista que já me deu uma nova dieta para se fazer assim que acabar a dieta liquida, pesei-me e...em 7 dias perdi 5 kg (e eu que estava convencida que só tinha perdido 1kg ou 2kg), mas é normal a perca de muito peso enquanto se está com uma dieta liquida.
Nesse mesmo dia tive consulta também com o médico que me observou e disse que as costuras estão a cicatrizar muito bem, por tudo isto (e não só), só posso querer celebrar... Sim celebrar o meu aniversário!!!
Com o meu aniversário á porta e sem poder trincar nadica, continuo a achar que só tenho motivos para celebrar... PARABENS A MIM!!!
Agora para desanuviar
Das 1001 dietas que fiz e outras tantas que ficaram apenas pela vontade de faze-las, houve uma em que para me fazer desistir de assaltar o frigorifico (sim...porque eu era das que durante a noite o assaltava...).
Optei por colocar seguro por um pequeno íman uma foto de quando tinha orgulhosamente os meus 70 kilos.
Ou seja estava como esta menina aqui do lado..."vontade não tinha muita mas acreditava que tinha encontrado um metodo infalível"...
Um paciente com Obesidade Morbida é um doente que terá que estar devidamente informado e consciêncializado quanto ás mudanças que acontecerão na forma de se alimentar e de viver,bem como a necessidade de ser acompanhado por uma equipa médica.
As complicações pós-operatórias relacionadas com a alimentação acontecem quando não se está suficientemente "disciplinado" resultando assim vómitos frequentes ou obstrução esôfago-gastrico com pedaços de alimentos que causam desconforto e por vezes até um emagrecimento acompanhado de carências nutricionais.
No pós-operatório inicia-se uma alimentação com uma dieta liquida restrita (liquidos claros) e em pequenas quantidades.
Depois será alterada para uma dieta liquida, mas mais calórica (leite, iogurte liquido dietético).
De seguida evolui-se para uma dieta pastosa sensivelmente por 15 dias e daí segue-se uma dieta de consistência normal.
Nunca se poderá esquecer que a cirurgia somente impõe uma barreira anatómica para a injestão de alimentos e por isso é fundamental que cada um reconheça a importância de aderir ás normas e rotinas propostas pela equipa médica porque a perda de peso depende em muito da atitude de cada um.
Estou de volta, com mais 5 furinhos!
Como tinha dito,o meu dia R (Renascer) foi dia 31 e correu tudo bem,voltei para casa 6 dias depois.
Apenas terei que ter cuidado para não fazer esforços exagerados e muito cuidado em fazer a dieta dada pela nutricionista.
Não tive dores, apenas um pequeno incomodo com o dreno, mas depois tudo correu muito bem.
A dieta, que é dada para os primeiros 15 dias, não é dificil de se fazer porque não se tem fome, apenas se come ou bebe 1 dl sempre com um intervalo de sensivelmente 1h30m e cada refeição terá que durar entre 15 a 30 minutos
Agora para desanuviar...
Todos nós temos momentos em que olhamos para esta ou aquela celebridade e lhe invejamos o bom fisico...
Eu confesso!
A que mais nervos faz á minha massa (menos) muscular é a ...BARBIE!
Antes demais terão que ter em atenção de que uma pessoa com obesidade morbida é um doente.
E como doente que se vai submeter a uma cirurgia terá que estar devidamente informado e consciencializado quanto ás mudanças que acontecerão na forma de alimentar.
Depois da cirurgia ficamos com um dreno cerca de 5 a 6 dias.
O dreno é tubo fino de borracha que vai desde a região da sutura (costura do estômago) até a pele. No final desse tubo terá um pequeno depósito (saco) para onde sairá o suco gástrico.
Para retirar esse drenos é puxado gentilmente e não demora mais que 1 minuto.
Para evitar complicações pulmonares ( embolia de pulmão) nada melhor que caminhar muito assim que conseguir.
Normalmente o obeso começa a alimentar-se (ainda hospitalizado) com uma dieta liquida fracionada para que exsita uma adaptação á nova vida.
A alimentação no 1º mês será apenas de liquidos pouco calóricos. Esses liquidos devem ser tomados em pequenos goles, de 20ml em 20 ml, a cada 2 a 5 m.
Esta dieta tão rigorosa tem apenas como intenção não dilatar o estômago para assim não forçar e "descozer" a costura.
Começa-se por comer, ou melhor beber, sopa muito ralinha , (caldo). Posteriormente poderá acrescentar 1 colher de carne magra ou peixe e de seguida passar essa mesma sopa de modo a ficar um caldo um pouco mais cremoso. Inicialmente evite acrescentar á sopa (arroz, batata, massa).
Terão que ter em atenção em não comer nada muito calórico, pois se forem ricos em açúcar podem sentir naúseas, desmaios, vómitos, dores abdominais, diarreias, tonturas, sudorese , fraqueza ect... a este conjunto de sintomas dá-se o nome de Dumping
Claro está que não poderão ingerir bebidas alcoólicas.
É importante beber muitos liquidos na fase posterior á cirurgia para assim a urina fique clara, e ajude a prevenir a formação de pedras nos rins e desidratação.
Todos nós devemos estar consciencializados quanto às mudanças alimentares na nossa vida depois da cirurgia bariátrica . Para que o procedimento se torne um sucesso duradouro é fundamental o acompanhamento nutricional no pré –operatório e pós-operatório, e que ele seja adquirido para o resto das nossas vidas. O objectivo do acompanhamento nutricional é buscar o bem estar físico e emocional, através da selecção dos alimentos que contenham os nutrientes adequados, e que atendam às necessidades de cada um de nós para que a rápida perda de peso não leve à desnutrição.
O aconselhamento nutricional no período pré–operatório é uma forma de nos preparar para o sucesso no pós-operatório. Ele tem como objectivo promover a perda de peso inicial, reforçando a nossa percepção de que a perda de peso é possível (apesar de nós os obesos, considerarmos que nos pedem metas inalcançáveis), identificando os erros e transtornos alimentares, mostrando-nos assim expectativas reais de perda de peso, preparando-nos para a alimentação no pós-operatório e assim verificarem o potencial para o sucesso da cirurgia de cada um de nós.
Através de alterações simples e práticas no pré operatório começamo-nos consciencializar e a prepararmo-nos para as mudanças que os nossos hábitos alimentares irão sofrer. É uma forma de nos “treinar” a comer devagar, mastigando bem os alimentos, com "garfadas" pequenas e espaçadas e assim estarmos motivados a uma escolha de alimentos com qualidade. Este processo facilitará o pós-operatório, evitando desconfortos e favorecendo a perda de peso saudável, principalmente a massa gorda.
A alimentação no pós operatório deve ser de baixo teor calórico, mas ser nutricionalmente completa e fraccionada, ou seja, ingerirmos pequenos volumes várias vezes ao dia.
No caso da cirurgia bypass gástrico e banda gástrica existem 3 fases pelo qual a dieta é composta:
1ª Fase Dieta Liquida tem duração de 30 dias e a alimentação deve ser totalmente liquida, sem pedaços ou resíduos.
2ª Fase Dieta Pastosa é uma fase de transição com duração de 15 dias sensivelmente, e é importantíssimo que tenhamos aprendido a mastigar bem e comer devagar.
3ª fase Dieta de sólidos da 2ª para a 3ª fase a evolução é gradual até chegarmos a uma alimentação normal. É nesta altura que temos que dar uso aos dentes e não sermos preguiçosos ou apressados em mastigar.
Tenham em atenção que a variedade de alimentos é fundamental para prevenção de deficiências nutricionais é preferivel perder peso mais devagar mas de forma saudável!